Nicarágua Intensifica Vigilância com Drones Russos para Espionar Opositores e Embaixadas

Por Fernando Castilho 3 Min Read

Um nicaraguense, sob o regime de Daniel Ortega, está se tornando um centro de espionagem na América Latina, utilizando tecnologia russa para monitorar opositores e embaixadas. Uma base militar em Mokorón, ao sul de Manágua, abriga sistemas sofisticados de vigilância que têm sido usados ​​tanto para interesses do Kremlin quanto para reprimir dissidências internas.

De acordo com o jornal Nicaraguense Confidencial , a instalação militar é protegida pelo Exército da Nicarágua e conta com a Direção de Inteligência e Contrainteligência Militar (DICIM). Os sistemas de espionagem, desenvolvidos pela Rússia, incluem um sistema avançado de radiogoniometria, que permite localizar sinais de comunicação, e o software SORM-3, que intercepta e monitora comunicações eletrônicas.

O regime de Ortega justifica o uso dessas tecnologias como uma medida de segurança contra ameaças externas e internas. No entanto, fontes anônimas revelaram que a vigilância é direcionada principalmente a opositores políticos e embaixadas, especialmente os Estados Unidos. A DICIM opera sob a supervisão de oficiais russos, enquanto os militares nicaraguenses desempenham funções de apoio.

A base militar em Mokorón, cercada por altos muros e fortemente armada, foi escolhida estrategicamente por sua localização elevada, facilitando a transferência de dados via satélite. Imagens de satélite mostram diversas antenas parabólicas, projetadas para otimizar a comunicação e a coleta de informações.

O SORM-3, um sistema desenvolvido para o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), permite uma vigilância abrangente sobre qualquer indivíduo no país, incluindo a interceptação de telefonemas, mensagens de texto e transações financeiras. Embora a utilização desse sistema exija autorização judicial, a independência do Judiciário na Nicarágua é amplamente questionada, dado o controle do regime sobre as instituições.

A presença russa na Nicarágua tem crescido desde as manifestações de 2018 contra o governo de Ortega. Relatos indicam que o regime de Putin treinou forças de segurança nicaraguenses em técnicas de repressão e espionagem, ampliando a capacidade do governo de controlar e intimidar dissidentes.

Douglas Farah, especialista em segurança nacional, destacou o interesse estratégico da Rússia na base de Mokorón. Ele afirma que a localização oferece uma posição vantajosa para monitorar atividades, inclusive nos Estados Unidos, e que uma base serve para vigiar embaixadas e opositores, utilizando equipamentos de alta tecnologia.

A colaboração crescente entre a Nicarágua e a Rússia levanta preocupações sobre a erosão das liberdades civis no país e a intensificação da repressão a qualquer forma de dissidência. A situação na Nicarágua continua a ser um ponto de atenção para a comunidade internacional, que observa como preocupação o fortalecimento do regime de Ortega por meio de alianças com potências autoritárias.

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