Rishi Sunak afirmou que “ator maligno” estaria por trás; acusada em reportagens, China negou envolvimento
Um “ator maligno” provavelmente comprometeu o sistema de pagamentos usado pelos militares do Reino Unido, disse o primeiro-ministro Rishi Sunak nesta terça-feira (7), após reportagens de que a China havia invadido um banco de dados contendo informações pessoais das Forças Armadas.
A BBC e outros meios de comunicação informaram que a China esteve por trás do ataque cibernético ao sistema de folha de pagamento usado pelo Ministério da Defesa britânico, contendo nomes e dados bancários daqueles que servem na Marinha Real, no Exército e na Força Aérea Real.
Pequim rejeitou qualquer envolvimento, descrevendo o caso como uma difamação para fins políticos.
“Há indicações de que um ator maligno comprometeu a rede de pagamentos das Forças Armadas”, disse Sunak a repórteres durante uma visita a uma academia de futebol em Londres.
“Quero tranquilizar as pessoas de que o Ministério da Defesa já tomou medidas para deixar a rede offline e garantir que as pessoas afetadas sejam apoiadas da maneira correta”, adicionou.
Nem Sunak, nem o Ministério da Defesa comentaram sobre o possível envolvimento chinês.
O escritório do premiê disse que a empresa contratada para gerenciar o banco de dados estava sob revisão de segurança e que medidas apropriadas seriam tomadas.
O ministro da Defesa, Grant Shapps, afirmou ao Parlamento britânico que autoridades não acreditam que os dados tenham sido realmente roubados e que há evidências de possíveis falhas potenciais na empresa, que também trabalha com outros departamentos governamentais.
Shapps também destacou que não poderia descartar o envolvimento de um Estado estrangeiro.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, pontuou que Pequim se opõe a todas as formas de ataque cibernético e rejeitou qualquer tentativa de usar questões de segurança cibernética para difamar outros países.
“As observações relevantes dos políticos do Reino Unido são absurdas”, disse ele em resposta à reação política britânica.
O Reino Unido e a China têm discutido cada vez mais sobre a questão do hacking. Londres afirmou em março que hackers chineses e uma entidade chinesa estavam por trás de dois ataques relevantes nos últimos anos — o feito contra legisladores que criticam a China e outro ao órgão de monitoramento eleitoral do país.
Isso prejudicou a relação entre essas nações, uma vez que o Reino Unido procurou manter ou mesmo reforçar o envolvimento com a China em áreas como o comércio, o investimento e as alterações climáticas.
Com eleições nacionais previstas para o final deste ano, alguns políticos britânicos começaram a abordar cada vez mais a ameaça representada pela susposta espionagem da China.