Juros futuros têm forte alta após IPCA-15; dólar se mantém em leve queda

Por Fernando Castilho 3 Min Read

Alta de 0,94% da prévia de inflação de outubro pegou o mercado de surpresa. Os números de inflação acima do esperado pelo consenso do mercado impuseram alta firme aos juros futuros na manhã desta sexta-feira (23), especialmente nos trechos de prazo mais curto prazo da curva.
A alta de 0,94% do IPCA-15 em outubro, acima do teto das expectativas dos analistas consultados pelo Valor, pegou o mercado de surpresa e, agora, os investidores voltam a embutir prêmio na curva de juros.
Nos últimos dias, elas haviam exibido queda firme diante dos ruídos menos intensos em torno da questão fiscal. Nos juros mais longos, o processo perde força, ao mesmo tempo em que o dólar opera em queda ante o real, de olho no exterior.
Este era o cenário da Taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) por volta de 9h40:
Taxa DI para janeiro de 2022 saltava de 3,27% para 3,38%;
Taxa DI para janeiro de 2023 subia de 4,65% para 4,75%;
Taxa DI para janeiro de 2025 avançava de 6,45% para 6,49%;
Taxa DI para janeiro de 2027 passava de 7,37% para 7,38%.
No mesmo horário, o dólar era negociado a R$ 5,5834 (-0,18%) no mercado à vista, com os agentes atentos aos movimentos do câmbio no exterior.
Se a quinta-feira foi marcada por um aumento da inclinação da curva, que foi pressionada pela oferta mais expressiva de papéis prefixados de longo prazo pelo Tesouro Nacional, a sexta-feira é marcada por uma perda dessa inclinação diante da alta significativa das taxas de curto prazo.
Embora o risco fiscal e a inflação de curto prazo mais alta façam com que a curva precifique níveis bastante elevados para a Selic no fim de 2021, analistas mantêm a avaliação de que as pressões inflacionárias devem ter pouca influência na decisão do Copom na próxima semana.
“O Banco Central até agora fez poucas menções à alta dos preços de alimentos e suspeitamos que o tom da comunicação deve permanecer o mesmo, diz o economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, que espera a manutenção da Selic em 2% ao menos até o fim de 2021.
Com a pressão inflacionária recente, os números de inflação implícita, apurados por meio dos movimentos das NTN-Bs, mostram que os preços de mercado também têm se comportado da mesma forma. Dados da Renascença mostram que a implícita medida pela NTN-B para maio de 2021 está em 4,99%, enquanto a inflação medida pelo papel que vence em agosto de 2022 está em 3,98%.
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